Homenagem a (in honor of): Guimarães Rosa Carlos Drummond de Andrade Mario Palmério
No jardim das rosas De sonho e medo Pelos canteiros de espinhos e flores Lá, quero ver você Olerê, Olará, você me pegar
Madrugada fria de estranho sonho Acordou João, cachorro latia João abriu a porta O sonho existia
Que João fugisse Que João partisse Que João sumisse do mundo De nem Deus achar, Ierê
Manhã noiteira de força viagem Leva em dianteira um dia de vantagem Folha de palmeira apaga a passagem O chão, na palma da mão, o chão, o chão
E manhã redonda de pedras altas Cruzou fronteira de servidão Olerê, quero ver Olerê
E por maus caminhos de toda sorte Buscando a vida, encontrando a morte Pela meia rosa do quadrante Norte João, João
Um tal de Chico chamado Antônio Num cavalo baio que era um burro velho Que na barra fria já cruzado o rio Lá vinha Matias cujo o nome é Pedro Aliás Horácio, vulgo Simão Lá um chamado Tião Chamado João
Recebendo aviso entortou caminho De Nor-Nordeste pra Norte-Norte Na meia vida de adiadas mortes Um estranho chamado João
No clarão das águas No deserto negro A perder mais nada Corajoso medo Lá quero ver você
Por sete caminhos de setenta sortes Setecentas vidas e sete mil mortes Esse um, João, João E deu dia claro E deu noite escura E deu meia-noite no coração Olerê, quero ver Olerê
Passa sete serras Passa cana brava No brejo das almas Tudo terminava No caminho velho onde a lama trava Lá no todo-fim-é-bom Se acabou João
No Jardim das rosas De sonho e medo No clarão das águas No deserto negro Lá, quero ver você Lerê, lará Você me pegar
Compositores: Antonio Carlos Jobim (UBC), Paulo Cesar Francisco Pinheiro (Paulinho Pinheiro) (AMAR)Editores: Edicoes Musicais Cordilheiras Ltda. (AMAR), Jobim Music (UBC)Administração: Sony Music (UBC)Publicado em 1989 (01/Nov)ECAD verificado obra #39357 e fonograma #8731 em 28/Out/2024 com dados da UBEM