Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir duas pra voltar
Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado "Tu tá aí admirado? Ou tá querendo roubar? "
Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço? Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Fiz a massa pus cimento Ajudei a rebocar
Minha filha inocente Vem pra mim toda contente "Pai vou me matricular" Mas me diz um cidadão "Criança de pé no chão Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte Por que é que eu deixei o norte? Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava Mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo Enchi minha mão de calo Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena Tem quermesse tem novena E o padre me deixa entrar Foi lá que Cristo me disse "Rapaz deixe de tolice Não se deixe amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa E na maioria das casas Eu também não posso entrar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou asas E na maioria das casas Eu também não posso entrar"
Compositor: Lucio Barbosa dos Santos (Lucio Barbosa) (ABRAMUS)Editor: Sony Music (UBC)Publicado em 2003 (02/Out) e lançado em 2002 (01/Ago)ECAD verificado obra #813 e fonograma #603458 em 28/Out/2024 com dados da UBEM