Que o mundo foi e será uma porcaria eu já sei Em 506 e em 2000 também Que sempre houve ladrões, maquiavélicos e safados Contentes e frustrados, valores, confusão Mas que o século Xx é uma praga de maldade e lixo Já não há quem negue Vivemos atolados na lameira E no mesmo lodo todos manuseados. Hoje em dia dá no mesmo ser direito que traidor Ignorante, sábio, besta, pretensioso, afanador Tudo é igual, nada é melhor É o mesmo um burro que um bom professor Sem diferir, é sim senhor Tanto no norte ou como no sul Se um vive na impostura e outro afana em sua Ambição Dá no mesmo seja padre, carvoeiro, rei de paus Cara dura ou senador Que falta de respeito, que afronta pra razão Qualquer é um senhor, qualquer é um ladrão Misturam-se Beethoven, Ringo Star e Napoleão Pio Ix e D. João, John Lennon e San Martin Igual como na frente da vitrine Esses bagunceiros se misturam à vida Feridos por um sabre já sem ponta Por chorar a bíblia junto ao aquecedor
Século Xx "cambalache", problemático e febril O que não chora não mama Quem não rouba é um imbecil Já não dá mais, força que dá Que lá no inferno nos vão encontrar Não penses mais, senta-te ao lado Que a ninguém importa se nasceste honrado
Se é o mesmo que trabalha noite e dia como um boi Se é o que vive na fartura, se é o que mata, se é o Que cura Ou mesmo fora-da-lei
Compositor: Enrique Santos Discepolo (SADAIC)Editor: Editorial Musical Korn Intersong S A I C (SADAIC)Publicado em 1987 (05/Fev) e lançado em 1987 (01/Mar)ECAD verificado obra #810984 e fonograma #648871 em 12/Abr/2024 com dados da UBEM