Quando o cansaço do trabalho sem descanso, De grossos calos amarelam suas mãos, o lavrador quer Transformar o verde em flor, e ver a flor se Transformar em grão, Se de chorar Deus se lembrou durante o ano, E o seu pranto se fez chuva sobre o chão, O lavrador já se prepara pra colheita, Sorrindo vê que seu suor não foi em vão
E a colheita que encheu a tulha Da tulha o grão para cidade vai A terra dorme e ele não descansa sempre na esperança De colher bem mais.
Para colher o plantou com seu trabalho, O lavrador leva pro eito o multirão A sacaria e trazida aos carreadores, E pra cidade quem transporta é o caminhão, Com o dinheiro ele vai pagar o banco não sobra nada E ele espera outro verão. Assim pensando o lavrador vai para a roça, Arar a terra para nova plantação.
E a colheita que encheu a tulha, Da tulha o grão para cidade vai. A terra dorme e ele não descansa Sempre na esperança de colher bem mais.
Entra colheita e sai colheita E nunca morre, a esperança deste homem do sertão Chegando ao fim do carreador do seu destino De sua luta não sobrou nem um tostão Um simples nome fica em seu último leito E tanto faz se era Antonio ou João, Ninguém se lembra de quem só viveu pra terra E que um dia acabou virando chão.
E a colheita que encheu a tulha Da tulha o grão para cidade vai A terra dorme ele não descansa Sempre na esperança de colher bem mais. A terra dorme e ele não descansa Sempre na esperança de colher bem mais.
Compositores: Joao Doracio (Carlos Cesar) (SICAM), Jose Fortuna (Ze Fortuna) (UBC)Editores: Fortuna (UBC), Peermusic do Brasil (UBC)Publicado em 2023 (03/Out) e lançado em 1987 (01/Ago)ECAD verificado obra #15711 e fonograma #550434 em 28/Out/2024 com dados da UBEM