Quando eu cantar quero ficar molhado de suor. E por favor não vá pensar que é só a luz do refletor.
Será minha alma que sua sob um sol negro de dor; outro corpo, a pele nua, carne, músculo e suor.
Como um cão que uiva pra lua contra seu dono e feitor; uma fera-animal ferido no dia do caçador; humaníssimo gemido raro e comum como o amor.
Quando eu cantar quero lhe deixar molhada de amor E por favor não vá pensar que é só a noite ou o calor.
Quero ver você ser inteiramente tocada pelo licor da saliva, a língua, o beijo, a palavra.
Minha voz quer ser um dedo na tua chaga sagrada. Uma frase feita de espinho, espora em teus membros cansados: sensual como o espírito ou como o verbo encarnado.
Compositores: Antonio Carlos Belchior (Belchior) (UBC), Carlos Augusto Sampaio de Camargo (Tuca Camargo) (ABRAMUS)Editor: Fortaleza (AMAR)Publicado em 1998 (10/Jan)ECAD verificado obra #1217654 e fonograma #43083773 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM